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MariaDB: O Novo CEO e o Futuro da Fundação!

Nova Direção na MariaDB: A Relação com a Fundação e Desafios Futuros

O novo CEO da MariaDB (Plc) afirma que deseja uma colaboração mais próxima com a fundação por trás do projeto de banco de dados open source homônimo. Ele cita a estabilidade recém-encontrada da corporação após a aquisição por uma empresa de private equity como razão para que agora a empresa possa solidificar sua posição.

Contexto da MariaDB

Nos últimos dois anos, a MariaDB enfrentou uma trajetória turbulenta, com sua infeliz listagem pública via uma empresa de aquisição de propósito específico (SPAC) em 2022, que levou a companhia a uma queda que nunca se recuperou completamente. Menos de dois anos depois, a empresa baseada em Redwood City foi privatizada pela K1 Investment Management em uma venda de emergência de $37 milhões, que foi significativamente abaixo de sua capitalização de mercado no dia da abertura de $368 milhões – que, por sua vez, ficou muito abaixo de sua avaliação privada máxima de $672 milhões.

A transação do mês passado significa que as ações da MariaDB não estão mais sendo negociadas na Bolsa de Valores de Nova Iorque (NYSE), embora o processo de desregistro de três meses signifique que a empresa ainda é tecnicamente pública até o início de dezembro. No entanto, com um novo CEO já em vigor, na forma do ex-executivo da Micro Focus Rohit De Souza, a MariaDB já está se preparando para a vida como uma empresa privada novamente — e isso envolverá uma aproximação com a fundação que leva o mesmo nome.

Fundação MariaDB: História e Papel

O projeto inicial da MariaDB foi lançado em 2009 como resposta ao MySQL, que havia caído sob certo controle corporativo. O MySQL é o popular sistema de gerenciamento de banco de dados relacional open source criado por Michael “Monty” Widenius, David Axmark e Allan Larsson nos anos 90, que venderam a empresa comercial por trás do projeto para a Sun Microsystems por $1 bilhão em 2008. Um ano depois, a Oracle anunciou a aquisição da Sun Microsystems por mais de $7 bilhões, levando Widenius a criar a MariaDB como uma “fork” desenvolvida pela comunidade do MySQL.

Após o acordo, Widenius formou duas organizações, uma chamada SkySQL (focada em serviços MySQL) e outra chamada Monty Program (para MariaDB), que eventualmente se fundiram e rebranding como MariaDB Corporation, levantando $230 milhões para vender serviços em torno do projeto MariaDB.

A Relação entre a Empresa e a Fundação

Hoje, a MariaDB é o 15º banco de dados mais popular, segundo o Ranking DB-Engines, embora essa cifra salte para o nono lugar para bancos de dados relacionais, e quarto para bancos de dados relacionais open source.

Houve tensões entre as duas entidades da MariaDB ao longo dos anos, particularmente em relação ao foco da entidade corporativa na construção de produtos e ferramentas proprietários — o que o CEO da Fundação, Kaj Arnö, sugeriu que prejudicou o projeto open source. No entanto, após a nomeação de um novo CEO e equipe executiva em maio do ano passado, as relações aqueceram, com Arnö observando na época que a Plc e a Fundação estavam “reiniciando toda a sua relação” com objetivos compartilhados centrados na cooperação e abertura.

Doze meses depois, a MariaDB tem um novo CEO novamente. Mas um fator provavelmente mais importante é que agora conta com o apoio de uma grande empresa de private equity, e não precisa mais submeter-se às pressões do mercado público. Isso pode dar à MariaDB mais liberdade para voltar ao básico, em colaboração com a Fundação.

“Há como um bilhão de downloads [do banco de dados MariaDB] e uma grande e vibrante comunidade. Nossa intenção é fazer essa comunidade crescer e ter a Fundação como o motor que ajuda essa comunidade a crescer”, disse De Souza.

O Impacto da Mudança de Direção

Atualmente, a MariaDB Plc possui cerca de 200 funcionários, 40% dos quais residem na América do Norte, enquanto quase metade estão localizados na Europa. Isso é um pouco menor do que no início do ano passado, quando a empresa passou por duas rodadas de demissões que totalizam mais de 100 funcionários — um terço da força de trabalho. Além disso, parte dessa reestruturação incluiu a eliminação de produtos-chave “não relacionados ao núcleo do negócio MariaDB Enterprise Server,” incluindo seu serviço de banco de dados em nuvem SkySQL.

Mas, apesar de todos os cortes dos últimos 18 meses, De Souza acredita que a empresa será mais propensa a ver um crescimento líquido nos próximos meses.

“Sempre haverá lugares onde investimos demais ou de menos. Sempre haverá algum ajuste fino, mas espero que a MariaDB cresça — espero infundir novos talentos,” disse De Souza. “Espero aumentar os talentos existentes. Haverá algumas áreas onde teremos que mudar as coisas. Obviamente, não funcionou no passado por uma razão.”

A MariaDB cresceu com base em mais de $200 milhões em capital de risco, e seu fracasso nos mercados públicos pode ser atribuído a muitas razões: a situação macroeconômica da época, desempenhos financeiros mornos e o fato de que foi ao público via a duvidosa rota SPAC antes de estar perto da lucratividade. A vida como uma empresa privada, apoiada por private equity, não poderia ser mais diferente — o private equity é focado em investir em negócios subperformantes que têm potencial para serem estabilizados e crescer, e isso geralmente começa com a contratação de gestão experiente.

De Souza tem um forte histórico no ramo empresarial, tendo trabalhado anteriormente na Intel, SAP, Oracle, Hewlett Packard e mais recentemente na Micro Focus, onde foi um executivo sênior durante a aquisição de $6 bilhões pela OpenText. Ele também foi CEO e presidente da empresa de gestão de dados Actian, que foi adquirida por HCL e pela empresa de private equity Sumeru Equity Partners em 2018.

E é essa combinação de experiência e habilidades que De Souza vê como um dos maiores ativos que traz para a MariaDB.

“É tudo desde ajudar a navegar com clientes, ajudar a direcionar como os produtos são desenvolvidos, como você realmente constrói uma equipe de vendas,” disse De Souza. “Cada um desses é necessário para construir uma empresa de software empresarial. Mas, na verdade, é tudo sobre pessoas: entender as pessoas de que você precisa dentro da empresa e como estabilizar e construir essas equipes.”

Enquanto De Souza não estava disposto a comentar sobre o fiasco do IPO via SPAC que sua empresa enfrentou antes de sua entrada, ele afirmou que foi trazido para trazer uma “rigorosidade empresarial” ao mix, agora que a empresa está longe das pressões de ser uma empresa pública.

“Você tem que administrar uma empresa de forma eficiente e com lucro — não precisa ser um gênio para administrar uma empresa com prejuízo,” disse De Souza. “Isso faz parte do motivo pelo qual estou aqui, é trazer alguma rigorosidade empresarial para os negócios — como desenvolvemos produtos, no que investimos, como criamos alguma consistência e foco ao redor das comunidades.”

#MariaDB #Tecnologia #BancoDeDados #OpenSource #CEO #Fundação

autor ref: Paul Sawers
ref:https://techcrunch.com/2024/10/12/how-do-you-solve-a-problem-like-mariadb-cozy-up-to-the-community-says-new-ceo/

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