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Flutterwave: Novos Rumos e Desafios no Mercado Fintech
No último mês, a Flutterwave, considerada a startup mais valiosa da África, nomeou Mitesh Popat como seu novo diretor financeiro. Avaliada em US$ 3 bilhões após levantar uma Série D em 2022, a empresa fez essa escolha após a renúncia de Oneal Bhambani, que deixou o cargo há dez meses por motivos pessoais.
A Rotatividade de Executivos e as Implicações para o Futuro
Bhambani se juntou à Flutterwave em meados de 2022, durante um período turbulento em que a fintech enfrentava acusações de má conduta com funcionários e financeira. Durante seus 18 meses na empresa, desempenhou um papel fundamental na estabilização das operações, com destaque para a resolução de um caso de lavagem de dinheiro no Quênia, onde autoridades congelaram mais de US$ 50 milhões dos fundos da Flutterwave. O ex-executivo da American Express também co-liderou a expansão da fintech para Ruanda como um provedor de remessas licenciado e iniciou o processo de solicitação de licença no Quênia.
As recentes saídas de Bhambani e de outros executivos levantaram preocupações sobre a liderança da Flutterwave e seus planos para uma oferta pública inicial (IPO). No entanto, a chegada de Popat, juntamente com a contratação de seis novos executivos nas áreas de finanças, risco, jurídico e conformidade, pode ajudar a dissipar essas preocupações e reverter a narrativa da empresa.
“Mitesh traz o equilíbrio certo de experiência em mercados globais e emergentes enquanto otimizamos para um crescimento sustentável,” disse o CEO Olugbenga Agboola ao TechCrunch.
Reestruturação e Foco em Produtos Essenciais
Recentemente, a Flutterwave passou por sua primeira grande reestruturação desde sua fundação em 2016, quando demitiu 3% de sua força de trabalho em junho. Além disso, foi encerrado o Barter, seu aplicativo de finanças pessoais que permitia enviar e receber dinheiro e pagar contas. A razão para essa decisão foi a necessidade de concentrar-se em seus produtos principais: soluções empresariais e remessas.
- Produto empresarial principal: Flutterwave For Business (FFB), utilizado por bancos, startups e empresas nos setores de e-commerce, transporte e FMCG. Este produto gera 90% da receita da fintech.
- Produto de remessa: Send App, que facilita transferências internacionais para usuários da África, Europa, EUA e Canadá, representando os restantes 10% da receita.
Agboola acredita que essa concentração ajudará a Flutterwave a consolidar sua posição como líder de categoria na infraestrutura de pagamentos na África, abrangendo vários critérios, incluindo licenças, alcance, tipos de pagamento, base de clientes e receita. Contudo, ele não divulgou cifras específicas de receita durante a nossa conversa.
Desenvolvimentos Adicionais e Sustentação do Crescimento
Uma conversa com Agboola revelou mais sobre as recentes mudanças e como a fintech está enfrentando desafios como a fraude que surgem com seu crescimento rápido.
Questionamentos e Respostas em Foco
Você mencionou que a Flutterwave deseja ser a Adyen da África. No que diz respeito ao alcance, existem algumas semelhanças: a Adyen está em mais de 100 países, enquanto a Flutterwave atua em 30 na África. Contudo, ao contrário da Adyen, a Flutterwave ainda depende de licenças bancárias de parceria. A recente aquisição de licenças próprias em certos mercados significa que a Flutterwave deseja mudar isso?
A empresa reconhece que existem diversas maneiras de lançar um negócio de infraestrutura fintech. Iniciar em parceria com bancos é uma abordagem comum, mas, para aprofundar-se na estrutura, é crucial minimizar as camadas terceiras e garantir a propriedade direta da infraestrutura, permitindo assim um maior valor ao cliente.
Mercados-Chave e Alinhamento com as Necessidades dos Clientes
Quais você considera que são os mercados-chave para a Flutterwave neste momento?
Nossos principais mercados na África incluem:
- Nordeste: Egito, Marrocos
- Oeste: Nigéria, Gana
- Leste: Ruanda, Tanzânia, Uganda, Quênia
- Centro: Camarões, Senegal, Costa do Marfim, República Democrática do Congo
Entendo que esses mercados são cruciais para o negócio empresarial da Flutterwave, e, em certa medida, para seu produto de remessas. Em junho, você reduziu sua força de trabalho em 3% para se concentrar nesses dois segmentos e depriorizar o Barter, que era popular entre os consumidores. Pode explicar a lógica por trás dessa decisão?
O Barter foi encerrado porque nosso foco mudou para onde a maioria de nossos clientes se encontrava. Fazemos questão de seguir a jornada dos nossos clientes e consideramos suas vozes, predominantemente das empresas, muito importantes.
Desafios e Colaboração na Luta Contra Fraude
Relatórios locais indicam que a fintech está trabalhando para recuperar milhões de dólares em fundos desviados resultantes de três diferentes brechas de segurança. O que está sendo feito para evitar novas ocorrências?
Como uma infraestrutura financeira, eventos como esses podem ocorrer ocasionalmente. Temos a responsabilidade fiduciária de ajudar nossos clientes a recuperar qualquer quantia perdida, trabalhando em conjunto com as autoridades policiais. Além disso, é vital cooperar em nível setorial, e colaboramos com outros fintechs e bancos para combater crimes cibernéticos.
Investimos em um plano com a EFCC (agência de lei e crime) para construir um centro de pesquisa em cibersegurança, onde, como parceiro, fornecemos recursos, suporte e informações sobre o estado atual do fintech em nosso país. Essa é uma forma de ajudar a mitigar a prevalência de fraudes em nossas redes coletivas.
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autor ref: Tage Kene-Okafor
ref:https://techcrunch.com/2024/10/07/flutterwaves-ceo-agboola-on-hires-product-focus-and-future-plans/