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O Papel dos CISOs na Inovação no Setor de Varejo
Os Chief Information Security Officers (CISOs) tradicionalmente carregam a reputação de bloqueadores da inovação para manter suas organizações e todos os seus dados seguros. No entanto, essas prioridades concorrentes parecem estar mudando, especialmente nos setores de varejo e consumo. Apesar de a maioria dos CISOs (59%) em todos os setores se ver como “facilitadores”, e não apenas como gerentes de risco cibernético, quase todos (97%) os CISOs do segmento de varejo entendem seu papel como dinamizadores, conforme indicado em uma pesquisa com mais de 1.000 CISOs globais realizada pela empresa de cibersegurança Netskope. Como resultado, a aceitação de risco por parte dos CISOs aumentou, com a maioria deles disposta a assumir mais riscos, em comparação com cinco anos atrás. No setor de varejo, a parcela de CISOs que abraçam o risco é ainda maior (74%).
Apressando a Inovação
A pressão sobre as empresas para inovar — e a compreensão dos CISOs de seu papel para facilitar isso — estão levando esses líderes a se tornarem tomadores de risco, segundo James Robinson, CISO da Netskope. Ele afirma:
“Normalmente, você tinha alguém que era realmente técnico, mas que não possuía o lado comercial — saber sobre métricas e dados de negócio. Os CISOs passaram da necessidade de dizer não para, quem sabe, dar um passo adiante — dizendo que a resposta é sempre, ‘Sim, como conseguimos chegar lá?’”
Desafios Cibernéticos no Varejo
O setor de varejo enfrenta ameaças cibernéticas variadas, desde golpes com cartões-presente e sequestros de marca para ataques de phishing até ransomware devastador. Ao mesmo tempo, o setor de varejo teve que enfrentar o caos causado pela pandemia e as interrupções na cadeia de suprimentos, resultando em flutuações de demanda e perda de lealdade à marca. A alta da inflação nos últimos dois anos levou muitos consumidores a priorizarem o preço. A expectativa é que a maioria dos executivos do varejo (67%) acreditem que, em 2024, os consumidores comprarão menos produtos, o que leva os varejistas a se concentrarem cada vez mais em conquistar a lealdade do cliente, conforme o relatório “2024 US Retail Industry Outlook” da Deloitte.
Segurança na Era da Amazon e da IA
Diante de todas essas forças disruptivas no mercado, os varejistas tiveram que se transformar para competir, evoluindo de meros vendedores de produtos para se tornarem empresas de dados. Consequentemente, os CISOs em empresas de varejo não podem mais se limitar a proteger suas informações, afirma Robinson.
Assim como outros membros da alta administração, os CISOs precisam adotar uma visão mais holística do negócio. Ele acrescenta:
“Os varejistas agora têm que perguntar: ‘Qual é a próxima inovação? O que precisamos fazer a seguir?’ E todas essas decisões são baseadas em dados… são guiadas por uma riqueza de dados que estão coletando, para que possam oferecer experiências direcionadas a seus clientes.”
A inteligência artificial (IA) é uma maneira óbvia de inovar. Uma grande parte da pressão para a mudança nos últimos dois anos provém do desenvolvimento de capacidades de IA e do medo das empresas de perder oportunidades de inovação e vantagens competitivas. Por exemplo, câmeras em lojas, combinadas com análise de IA, podem determinar o interesse do consumidor por produtos, enquanto plataformas de e-commerce podem prever melhor o estoque.
A Adoção da IA
Embora a maioria das empresas tenha explorado lentamente a IA, muitas devem colocar suas primeiras aplicações baseadas em IA em prática nos próximos 12 meses. Robinson destaca:
“Este é o primeiro ano em que realmente estamos vendo projetos de GenAI começando, e no próximo ano, começaremos a ver o valor de alguns desses projetos.”
O CISO Voltado para o Negócio
Entretanto, a IA e a cibersegurança são duas áreas tecnológicas que, de acordo com o relatório “US Consumer and Retail Sector Insights Report” da KPMG, são as menos propensas a gerar retornos positivos sobre investimentos para os varejistas. Apenas 46% dos respondentes da pesquisa reportaram um aumento na lucratividade ou desempenho devido à IA, e 45% relacionado à cibersegurança. No entanto, o setor de consumo e varejo teve resultados ainda abaixo dessa média, com 38% e 37% dos respondentes, respectivamente, vendo um retorno sobre investimento de IA ou cibersegurança.
A KPMG observa:
“Para muitas organizações do setor de consumo e varejo, acertar os dados ainda é um trabalho em progresso.”
Entende-se, portanto, que ainda existem riscos onde os CISOs não estão dispostos a comprometer. Compartilhar informações com partes externas sem a devida revisão e acordos adequados — uma ameaça que se torna mais comum na era da IA — é algo que não é viável, segundo Robinson.
Ele conclui afirmando:
“Sabíamos como armazenar dados e isso tem valor comercial — ainda mais agora com o desenvolvimento da GenAI. Sinto que todas essas questões começaram a se juntar, permitindo que o CISO do varejo realmente tenha uma base sólida para defender suas decisões. Agora eles também possuem conhecimento de negócios, pois estão sendo incluídos em mais conversas.”
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autor ref: Robert Lemos, Contributing Writer
ref:https://www.darkreading.com/cybersecurity-operations/cisos-risky-retail-other-industries-follow