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A tecnologia neurotecnológica não-invasiva e suas oportunidades de mercado
Quando pensamos em tecnologias médicas que estimulam o cérebro, as startups que desenvolvem wearables como terapias provavelmente não são as primeiras que vêm à mente. Essa tecnologia ainda está relativamente sob o radar, em parte porque essas empresas levantaram apenas uma fração do investimento que foi direcionado a tecnologias invasivas que visam tratar condições do cérebro humano. Esta disparidade de investimentos é um dos fatores que tornam o desenvolvimento de soluções não-invasivas uma perspectiva atraente para os investidores.
O contexto das tecnologias invasivas
Um dos exemplos mais conhecidos de tecnologias invasivas é a startup Neuralink, co-fundada por Elon Musk, que levantou pelo menos $323 milhões desde 2016 para trazer interfaces cérebro-computador ao mercado como um tratamento para pessoas com distúrbios neurológicos e doenças neurodegenerativas. No entanto, a complexidade e os riscos associados à inserção de dispositivos no tecido cerebral tornam o desenvolvimento dessas tecnologias extremamente caro e demorado.
Vantagens da tecnologia não-invasiva
A tecnologia neurotecnológica não-invasiva, por outro lado, apresenta vantagens consideráveis. Como observa Kerry Baldwin, co-fundadora da investidora de deep-tech IQ Capital, “a oportunidade neste momento é massiva”. Sua empresa apoiou a startup neurotecnológica Neurovalens nas fases de seed e Series A. Desde sua fundação em 2013, a Neurovalens levantou um total de $30,4 milhões para desenvolver tecnologias de estimulação cerebral que visam uma variedade de condições de saúde mental e metabólicas.
A variedade de wearables de tratamento
A Neurovalens exemplifica como a tecnologia pode se expandir no setor de saúde, desenvolvendo um portfólio de wearables neuroestimuladores elétricos (TES). Fundada a partir de pesquisas que buscavam aplicar a estimulação cerebral ao nervo vestibular, a empresa foca em diversas condições:
- Insônia crônica
- Transtorno de Ansiedade Generalizada (GAD)
- Transtorno de Estresse Pós-Traumático (PTSD)
- Diabetes Tipo II
- Obesidade
- Depressão (potencial, dependendo de ensaios clínicos)
A Neurovalens já obteve aprovação da FDA para dois dispositivos: o Modius Sleep para tratar insônia crônica e o Modius Stress para GAD. Além disso, a startup está realizando ensaios clínicos nos EUA para wearables que visam tratar PTSD e Diabetes Tipo II, planejando um pipeline de aprovações para os próximos dois anos.
Uma oportunidade de mercado escalável e econômica
A oportunidade de mercado para a neurotecnologia é extensa, pois muitas condições e doenças são alvo dos desenvolvimentos em neurotecnologia. De acordo com o CDC, cerca de 5% da população adulta nos EUA relata sentimentos regulares de depressão, enquanto 12.5% experimenta ansiedade. Além disso, entre 30% a 40% dos adultos têm dificuldades para dormir adequadamente.
As condições de diabetes e obesidade também estão em ascensão. Mais de 38 milhões de americanos têm diabetes, com 90% a 95% sendo do Tipo II. A obesidade é ainda mais prevalente, afetando mais de 2 em cada 5 adultos nos EUA.
Desafios da comercialização
Apesar do progresso, a comercialização de dispositivos neurotecnológicos apresenta desafios significativos. Convencer investidores, médicos e reguladores sobre a eficácia e segurança das novas tecnologias é uma tarefa complexa. McKeown, da Neurovalens, enfatiza que o principal objetivo é “fazer os pacientes melhores”, o que implica mostrar à FDA que a tecnologia pode proporcionar resultados clínicos válidos e seguros.
“A tecnologia é um pouco como um iPhone — as pessoas assumem que funciona para todos. E essa suposição não se aplica à neurotecnologia.” – McKeown
A Neurovalens optou por uma estratégia intensiva em pesquisa e desenvolvimento, focando em diferentes segmentos de pacientes e condições, o que pode ajudar a mitigar a incerteza nos resultados.
Enquanto isso, a abordagem de outras startups, como a Flow Neuroscience, busca um modelo mais abrangente, visando escalabilidade com custos reduzidos, embora isso possa levar a resultados variáveis para os pacientes.
Considerações finais
O futuro da neurotecnologia não-invasiva é promissor, com a possibilidade de revolucionar tratamentos em saúde mental e metabólica. Resta saber como essas tecnologias se estabelecerão no mercado e como os desafios de percepção e eficácia serão abordados.
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autor ref: Natasha Lomas
ref:https://techcrunch.com/2024/10/13/how-a-medtech-market-opportunity-is-shaping-up-for-wearable-neurotech/